Ônibus urbanos de motor dianteiro com suspensão a ar já representam quase metade das vendas da Mercedes-Benz

 

De acordo com diretor da área de ônibus da fabricante, já quase todas as aquisições de algumas cidades já possuem o equipamento

ADAMO BAZANI

Quando foram lançados há um tempo nem tão distante, os chassis de ônibus de motor dianteiro com suspensão pneumática ainda levantavam algumas desconfianças no segmento de transportes coletivos.

Já muito comum em chassis rodoviários, de fretamento ou mesmo de urbanos com motor traseiro, normalmente operados em pavimentos com melhores condições, a chamada suspensão a ar nos modelos de motorização dianteira aos poucos começou ganhar espaço e confiança.

As primeiras compras foram modestas. De lotes de 10, 20, 50, 100 ônibus, os empresários compravam em torno de 10% de modelos com suspensão pneumática e a maioria com o sistema metálico.

Hoje, a proporção já é bem maior e quase se iguala entre os dois tipos.

Em entrevista ao Diário do Transporte, o diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa, diz que em torno de 45% dos pedidos de ônibus “OF” no Brasil já são com suspensão pneumática.

“OF” é a designação da Mercedes-Benz para seus modelos de motor dianteiro: Ônibus Frontal.

A marca é líder na produção de ônibus no País.

De acordo com Barbosa, em algumas cidades, as compras já são quase integrais nesta configuração.

“Hoje a procura por ônibus de suspensão pneumática representa 45% da produção de OF. Tá quase chegando no meio a meio. Em municípios nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, boa parte dos novos ônibus já é vendida com suspensão pneumática e isso tem se estendido para a Grande São Paulo e o interior paulista” – disse.

No ABC Paulista, por exemplo, na Grande São Paulo, há unidades já em operação pela NEXT Mobilidade, empresa que opera o sistema metropolitano, e pela Viação Guaianazes, que faz linhas municipais em Santo André.

“Somente em cidades que já operam com vários ônibus urbanos com motor traseiro é que os modelos de motorização dianteira ainda têm uma grande prevalência de suspensão metálica, como é o caso da capital paulista, onde o OF-1724 metálico tem representando encomendas significativas” – complementou.

Nos ônibus da Mercedes-Benz, os modelos com suspensão a ar têm a letra L no final para designar a configuração.

Exemplos:

OF-1721 (suspensão metálica) e OF 1721 L (suspensão pneumática).

OF-1724 (suspensão metálica) e OF 1724 L (suspensão pneumática).

Uma das razões de a suspensão pneumática nos ônibus de motor dianteiro estar ganhando espaço é a manutenção.

As peças são de substituição mais rápida que na suspensão metálica, o que deixa o ônibus indisponível por menos tempo.

Além disso, por haver “menos componentes” na suspensão a ar, os trabalhos ficam mais baratos e requerem menos lubrificantes.

Outro fator é o conforto para motoristas, cobradores (quando houver) e passageiros.

Os ajustes são diferentes dos ônibus rodoviários, afastando o risco de o ônibus ficar “chacoalhando” no solo urbano que é mais severo, um dos receios quando os sistemas foram apresentados, mas que já foram desmistificados.

Com a suspensão pneumática é possível diminuir ou até eliminar completamente os impactos para o salão interno provocados por buracos, lombadas, ondulações, valetas e desníveis, muitos comuns nas cidades brasileiras.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Fonte: Diário do Transporte

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